O cartoonista Andy Riley é uma dessas pessoas.
Riley lançou, em 2003, o primeiro album de cartoons sobre mortes de coelhos fofinhos via suicídio, chamado simplesmente "The Book of Bunny Suicides". Em Portugal, a Europa-América editou esse volume, traduzido como "O Livro dos Coelhinhos Suicidas".
O primeiro volume, edição portuguesa |
Não satisfeito, lançou em 2010 um terceiro volume, "Dawn of The Bunny Suicides", carregadinho de mais mortes. De coelhinhos fofos.
Então de que trata esta série? Como é óbvio, de suicídios de coelhos.
Porque é que eles se suicidam? Não se sabe.
Como é que eles se suicidam?
Ah, esse é o cerne da série.
Ao longo dos vários volumes somos presenteados com múltiplos métodos, alguns simplesmente hilariantes.
Desde maneiras relativamente simples, como fugir de um oásis para não ter acesso a água, fazer cair estruturas sobre si próprios ou urinar contra carris electrificados para ser electrocutado via jacto de urina (ouch!) até métodos muito mais sofisticados (de que falarei a seguir), mas sempre de modos bastante criativos.
Alguns dos métodos mais elaborados envolvem saltar de trampolim contra a hélice de um helicóptero prestes a levantar vôo, colar-se às lagartas de um tanque de guerra em plena carga ou introduzir-se dentro de um micro-ondas e usar um carro telecomandado com um luva atada, recheada de modo a esticar o indicador, para que a mesma vá contra o botão de ligar.
E depois, montes de máquinas de Rube Goldberg. E o que é isso? São máquinas complexas cuja finalidade, extremamente simples, é conseguida através de mecanismos redundantes, normalmente numa reacção em cadeia (como as do jogo The Incredible Machine ou a do Doc Brown no início do primeiro Regresso ao Futuro). Neste caso, normalmente terminam a sequência de acções com um martelo, uma faca ou outro utensílio mortal vigorosamente aplicado num coelho.
Podia continuar a dar exemplos, mas nunca mais terminaria.
Volume 2. Quantas sequelas se chamam "O regresso de..."? |
São muitas, muitas mortes. Todas elas divertidas.
Mas para mim, as melhores (e tão demonstrativas de humor inteligente como as outras, ou talvez ainda mais) são as que envolvem referências à cultura popular contemporânea.
Por exemplo, temos um coelhinho a encomendar o Harry Potter and the Order of the Phoenix, volume esse com mais de 700 páginas, e a ficar à espera debaixo da abertura da caixa do correio, apenas para ser esmagado pelo livro quando o mesmo é entregue. Temos coelhos a empalarem-se no sabre de luz do Darth Vader, a meterem-se nas articulações de um Transformer enquanto este se converte num veículo, a tomarem a vez da Sarah Connor quando o Terminator chega para a eliminar ou ainda a darem um pontapé nas partes baixas de um extraterrestre para que este o mate com as armas espaciais. Ou ainda a usar o TARDIS do Doctor Who como ferramenta (entalando-se na porta antes de a máquina do tempo se activar, ficando efectivamente cortado a meio).
Andy Riley tem uma imaginação que muitos considerarão doentia. Até pode ser, mas não desaponta. Essencial para todos os sádicos que por aí andam.
O volume mais recente. Esperemos que não seja o último. |
epá... muito bom. Só conhecia o primeiro volume. E como é óbvio devorei-o de ponta a ponta.
ResponderEliminarVou já tratar de arranjar os restantes ;)
Boa opção. Deves conseguir arranjá-los na net, acho que só mesmo o primeiro é que foi publicado em português...
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