Benvindos!


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Neste blogue iremos encontrar (ou reencontrar) pedaços da imaginação e criatividade humana nas mais diversas formas e feitios - Livros, Banda desenhada, Cinema, TV, Jogos, ou qualquer outro formato.

Viajaremos no tempo, caçaremos vampiros e lobisomens, enfrentaremos marcianos, viajaremos até à lua, conheceremos super-heróis e muito mais.

AVISO IMPORTANTE: pode conter spoilers e, em ocasiões especiais, nozes.


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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

One-shots de Natal na BD - Dois casos

Como é hábito, no fim do ano gosto de apresentar alguma coisa relacionada com o Natal.

Aproveitei uns dias de férias para pôr algumas leituras de BD em dia, e descobri duas peças engraçadas, por razões diferentes. Como me apetece falar de ambas e tenho preguiça de fazer dois posts, vou fazer como com o Halloween e apresentar um 2-em-1. O que até faz mais sentido, dado que são duas BDs.

A primeira é (e uma vez mais imito o post do Halloween) um one-shot dos Caça-Fantasmas da IDW chamado "Past, Present and Future".
"Oh, outra cena dos Caça-Fantasmas?" perguntam vocês.
Sim, respondo eu. E desta feita, de Natal. Mas em abono da verdade, a história é engraçada. Sendo um conto dos Ghostbusters, a temática vai, obviamente, para fantasmas, e que fantasmas mais natalícios que os espíritos Dickensianos do Natal Passado, Natal Presente e Natal Futuro?
A história não está nada mal concebida. Os nossos heróis são contratados por um bilionário que anualmente é perseguido pelos fantasmas de Natal. Note-se que o nosso pseudo-Ebenezer considera-se um gajo realizado e não tenciona mudar em nada os seus modos gananciosos. Só quer livrar-se do frete de gramar com as espectrais visitas natalícias.
Para o efeito, contrata então os nossos Peter, Ray e Egon (aparentemente o Winston está como tarefeiro subcontratado), oferecendo até 4 milhões de dólares pela remoção dos fantasmas indesejados.
Contagiados pela ganância, vão removendo os espíritos, mas os váríos elementos vão sendo eliminados, até só sobrar o Peter Venkman (ironicamente, o membro mais ganancioso da equipa), que num momento de epifânia, descobre a verdade: o bilionário está possuído pelo Espírito do Natal Presente, e contratou a equipa para se ver livre dos seus pares, já que quer gozar a vida (emprestada) à grande e à francesa e os outros fantasmas querem que ele volte ao trabalho.
No fim, conseguem exorcizar o espírito e o bilionário volta ao seu normal agradável, referindo que os vai processar de tal modo que eles vão sangrar por orifícios que nem sabiam que tinham. Clássico espírito da época, hã?




A outra peça é um pouco mais hardcore...
O The Lobo Paramilitary Christmas Special, da DC Comics, é de certo modo, a antítese dos tradicionais especiais de Natal.
Basta ter o main man Lobo como protagonista e ser da autoria do Keith Giffen, um dos escritores de comics com um sentido de humor mais marado de sempre.
Aqui temos Lobo a aceitar um servicinho, contratado pelo Coelho da Páscoa: abater o Pai Natal, que se tornou demasiado poderoso nos últimos tempos.
Assim, o mercenário vai até ao Norte, onde fica a fortaleza do velho risonho, descrito com mestria da seguinte forma:
"A brutal dictator repeatedly slammed by Amnesty International, he ran his empire with an Iron Fist. Planned malnutrition kept his army small in stature but fighting fit... and fierce as ferrets! Only highly sophisticated public relations techniques -- and a once a year charity splurge -- kept his image smooth with the public. «Jolly Santa Claus» the world called him. But his slaves knew him better as Kris «Crusher» Kringle!".
Um mimo. Este não é o Pai Natal da Coca-cola!
Para quem conhece Lobo, o desfecho é prevísivel: montes de violência gratuita, gestos obscenos e elfos massacrados, até ao confronto com Claus... que não acaba bem para o velho.
A história termina com mais violência (como seria de esperar), com Lobo a distribuir "presentes" (bombas de hidrogénio) com o trenó puxado por renas muito aterrorizadas...
Humor negro natalício (ou anti-natalício, será mais certo). Não é para todos os gostos, decididamente, mas é para o meu...

Bem, se gostarem do género, há ainda uma versão em filme no Youtube, que deixo como prenda de despedida:



quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Viscera Clean Up Detail: Santa's Rampage




Na quadra natalícia tenho por hábito dedicar um ou outro post a alguma coisa com temática natalícia.

Este ano calhou a sorte a um jogo que resolvi experimentar recentemente, Viscera Clean Up Detail: Santa's Rampage.

Este jogo, que na realidade é mais um brinquedo, é na realidade um spin-off de outro jogo (brinquedo) chamado apenas Viscera Clean Up Detail, o qual nos desafia a limpar o rescaldo de um épico showdown entre um herói e um alien. Ou pelo menos, julgo que é isso, já que nunca o experimentei, só li sobre ele uma ou duas vezes e neste momento encontro-me com demasiada preguiça para ir confirmar.

Adiante, em VCUD - Santa's Rampage temos também que limpar o chiqueiro que resultou de uma situação algo perturbadora: o Pai Natal passou-se, massacrou os Elfos e deu cabo da oficina. E preparava algo ainda maior, mas aparentemente a polícia (ou o FBI, ou alguém) pôs cobro à situação.

Como disse, Santa's Rampage é mais um brinquedo que um jogo. É uma mini-sandbox em que, ao som de ensandecedoras campaínhas natalícias, exploramos a oficina após o rampage titular, e mais divertido que limpar, podemos ainda sujar tudo mais, partir e queimar coisas e, principalmente, observar tudo para tentar reconstruir o que se passou... cartas abandonadas com ameaças, muitas bebidas alcoólicas, armas de fogo, cartuchos de caçadeira pelo chão, renas despedaçadas, cocktails molotov e paus de dinamite só à espera de serem usados, e muitos elfos mortos. Alguns deles decapitados, alguns escondidos debaixo do soalho, e montes, montes de sangue.

Panorâmica da sala principal, vista de cima

Um mimo para deliciar o nosso psycho interior.

E como disse, podemos fazer o que quisermos... Guardar as cabeças dos elfos, queimar tudo na lareira, limpar tudo direitinho, ou borrar tudo mais ainda. Aliás, a última opção é mais fácil. Estamos "armados" com uma esfregona, as nossas mãos enluvadas (óptimas para carregar tralhas e empinhar destroços) e um "farejador" de resíduos, para não deixar escapar nada. A esfregona pode ser usada para limpar, bater em coisas, e para sujar, naturalmente, se esfregarmos seguido sem a irmos lavar regularmente num balde de água (que dá mais trabalho do que merece).

Aliás, se nos der para limpar, estamos mais perante um simulador de trabalho do que um jogo. Mas convenhamos, é um bom instrumento para manter um obsessivo compulsivo entretido durante horas. No fundo, Santa's Rampage convida-nos é a explorar e a destruir tudo mais ainda. Os mais aventureiros podem experimentar deitar a dinamite na lareira acesa, mas é bom que corram rápido, senão...

Um xmas toy para não levar a sério (excepto se tivermos uma POC, aí sim, torna-se sério) e talvez para jogar ao som do The Night Santa Went Crazy do Weird Al Yankovic.

Já coleccionei muita coisa; cabeças de duendes (ou elfos, como preferirem) é uma novidade...

domingo, 29 de dezembro de 2013

Xmas Wolf 3D

Algo que acompanhou os FPS, desde praticamente o seu início, foram as modificações (ou, simplesmente, mods).
 
Jogos como Doom e posteriores ofereciam já a opção de usar módulos externos mediante a inclusão de alguns parâmetros na linha de arranque do MS-DOS (o pessoal mais novo não faz ideia daquilo a que me refiro, mas adiante). Já jogos da geração anterior, como o Wolfenstein 3D, não tinham essa opção.
 
No entanto, tal não impediu a comunidade de jogadores e fãs de criarem módulos novos, bastando para isso modificar os ficheiros originais do jogo. Desconheço se os autores aprovavam ou não, e se isso dava azo a processos judiciais, mas a verdade é que simplesmente o faziam.
 
Assim, além de milhentos episódios novos para o Wolf3D com mapas modificados, surgiram alguns "extras" interessantes, com gráficos e sons novos (sendo possível enfrentar alguns monstros do Doom,  por exemplo).
 
Esta conversão, que joguei há muitos anos, e que conhecíamos apenas como Xmas Wolf 3D, era uma adaptação do 1º episódio (o episódio shareware).
 
O que havia de novo?
 
Praticamente tudo. Os mapas, embora tivessem restos da arquitectura original, eram todos novos. Os personagens, todos modificados (menos os cães) - os soldados castanhos passavam a Pais Natais (pouco robustos), os soldados azuis das SS, a bonecos de neve (não menos mortíferos). Já o Hans Grosse, o boss do fim do episódios, transfigurava-se num Pai Natal grandalhão com as duas miniguns da praxe. Os sons, modificados a condizer - os gritos de morte dos soldados passavam a outros gritos diferentes, dos quais "ho-ho-augh!" fica na memória, e os disparos de metralhadora dos SS passavam a enervantes "swooshs" de bolas de neve a ser projectadas.
 
Também as texturas de parede eram radicalmente diferentes (incluindo algumas com grafitti "Santa is a fat git" ou retratos de Rudolfo a Rena, mais agradáveis que as ventas do Hitler); os tesouros passavam a prendas e os suplementos de health apareciam como doces de Natal. Para além de que havia decorações natalícias em todo o lado.
 
A jogabilidade era rigorosamente a mesma, mas a modificação apanhava o espírito Natalício (bem, tanto como um FPS o permite) e era uma mudança bem vinda para quem já tinha jogado o original até à exaustão...
 
 

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

364 Days of Tedium

Se o Pai Natal tem como trabalho distribuir presentes no dia 24 de Dezembro, o que faz o resto do ano? Neste álbum, 364 Days of Tedium - or What Santa Gets Up To On His Days Off, descobrimos tudo. Inclusivamente coisas que éramos mais felizes quando as desconhecíamos.

O "jolly fat man" passa um ano a fazer das suas - desde ter demasiada intimidade com a rena Vixen na festa da passagem de ano, o que leva ao desaparecimento da rena - segundo um chantagista que persegue o Pai Natal (ou Nick, neste livro), ao assassinato da mesma - até ao despedimento em massa dos elfos.

É um álbum que nos revela o lado alternativo do "velho das barbas" - neste caso, um lado bastante escatológico.
Aqui, Dave Cornmell não o poupa - o Pai Natal é preguiçoso, vingativo, dado a bebedeiras e a flatulência e tem um sentido de humor duvidoso. Para além de que não sabe falar língua de rena, um handicap importante que deixa as suas montadas desesperadas. Ah, sim, e pondera sobre o limite entre "being jolly" e "being morbidly obese".
Os elfos não são melhores, quando se inicia o novo ciclo de produção de brinquedos e o chefe do grupo diz "Quem não estiver à altura, é melhor desistir agora", fica com uma sala vazia... Quando são despedidos, rapidamente os elfos montam linhas de crédito para prostituir as elfas. E tal como o (ex)patrão, não têm pejo em afundar-se na bebida.
Já para não falar das renas. Rudolfo diverte-se a fazer sinais tipo ponteiro laser com o nariz, e o candidato ao lugar de Vixen - Terry a rena de 3 pernas - é eternamente amesquinhado pelos outros bicharocos. Até os matar nas provas para ver quem fica com o lugar.
E ainda temos Ducky e Mr. Whale, os desafortunados bonecos de banho do Pai Natal, que vêm horrores traumatizantes na banheira...

Tem, apesar do seu humor um bocado grosseiro, alguns momentos brilhantes. Como quando um dos elfos se põe a magicar como é possível conter todos os brinquedos num saco tão pequeno, os princípios quânticos complexos envolvidos levam a que a sua cabeça expluda. "Eu disse-te para não pensares nisso", reclama o colega, tarde demais...

Este livro não poupa golpes ao mito do Pai Natal. Como disse, tem um humor politicamente incorrecto, sem travões. O que o torna uma leitura de Natal muito atípica. Óptimo para quem quer algo de bastante diferente. Mas não digam que não foram avisados.


A capa já devia servir de aviso aos incautos...