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Neste blogue iremos encontrar (ou reencontrar) pedaços da imaginação e criatividade humana nas mais diversas formas e feitios - Livros, Banda desenhada, Cinema, TV, Jogos, ou qualquer outro formato.

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AVISO IMPORTANTE: pode conter spoilers e, em ocasiões especiais, nozes.


quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Serena




Serena.

É o nome da mulher do protagonista deste conto em formato jogo de computador, sendo também o título do deste jogo indie.

Serena é um jogo pouco ou nada típico. Embora se jogue como uma aventura gráfica do género "point-and-click" na primeira pessoa, tem pouco para se fazer, mas bastante para se descobrir, na sua curta duração.

E digo curta porque é um jogo que se explora numa hora ou até menos. É todo passado dentro de uma cabana, a casa de férias de um casal separado. O protagonista, anónimo, anseia pelo eventual regresso da sua esposa desaparecida, da qual não se recorda - está parcialmente amnésico, tendo inclusivamente uma fotografia dela na qual não se consegue ver o rosto.

Inicialmente, o rosto de Serena está todo esborratado.


O que se passou entre eles? É isso que temos de descobrir. Ao explorar o interior da cabana (da qual não podemos sair de modo nenhum), as memórias vão retornando gradualmente, sempre que o protagonista interage com os diversos objectos presentes. Inclusivamente, o rosto de Serena torna a ficar visível na foto do casal. Mas o rosto não é um rosto satisfeito...

A sala...

...e o quarto


De facto, à medida que vamos explorando, as memórias vão "azedando", e o que começa por parecer uma relação com amor e dedicação vai-se deteriorando, e ficando carregada de raiva e ódio, até surgirem memórias de agressões entre o casal. Nesse processo, a fotografia de Serena vai-se modificando de acordo com o teor das memórias.

Por fim, embora não seja explícito, surge a impressão de que o protagonista matou Serena. A ajudar a isso, está o facto de encontrar um cadáver aparentemente mumificado no armário. Porém, nessa fase (o final do jogo), apercebemo-nos de que há um casal do lado de fora da cabana a discutir o que fazer ao corpo, resolvendo, para desespero do protagonista, incendiar a cabana.
Embora o jogo esteja aberto a interpretações, aparentemente, num twist final, o cadáver era o do protagonista e toda a exploração era feita pelo seu fantasma... o que explicaria porque estava confuso e não consegue abandonar o local.

Tecnicamente, o jogo tem gráficos adequadamente escuros que criam um ambiente opressivo e algo desolador - a cabana parece abandonada e deteriorada, o que está em consonância com a história. Praticamente só há voice acting do protagonista/narrador, salvo algumas memórias de conversas com a desaparecida Serena e nos diálogos no fim do jogo.

Como já mencionei, o jogo é curto, não sendo um jogo típico - não há interface propriamente dito, nem sequer menus - pura e simplesmente arranca para o início da história, sem opções nem definições e, escusado será dizer, não existe possibilidade de gravar a partida e continuar mais tarde. É para jogar seguido do início ao fim, à moda antiga.

Finalmente, uma nota sobre um aspecto que para mim é importante - não obstante a história ser algo opressiva, com a amnésia, o ambiente carregado e o desenrolar da história (que não consigo deixar de comparar com o excelente Silent Hill 2), não deixa de ter algumas notas humorísticas. As mesmas estão associadas às leituras do protagonista: a revista da mesinha de cabeceira (uma publicação "playboy-like", que o narrador só lê, obviamente, pelos artigos, como "...aquele artigo ... sobre aquilo, escrito por aquele tipo..." - sim, pois!) e a estante, cujos títulos merecem uma observação atenta. E aparentemente, o protagonista emprestou mesmo a sua cópia do Necronomicon...

Uma das estantes. Os títulos/autores dos livros demandam
uma leitura atenta, há sempre piadas e easter eggs...

Uma selecção eclética!

Skin Quest - a revista para homens de bom gosto!

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