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quarta-feira, 17 de abril de 2013

Batman The Movie - O jogo de ZX Spectrum

Cavando no fundo do baú da memória, está um pequeno tesouro... este jogo.

 Tem um valor afectivo muito grande para mim, não só por ter sido um dos primeiros jogos que joguei como por ter sido o meu primeiro jogo de computador de sempre. Quando recebi, em miúdo, como prenda de Natal o meu ZX Spectrum +2 (o 128K com leitor de cassetes incorporado), este jogo vinha como oferta.

Passei tardes a jogá-lo (era ainda muito novo para fazer noitadas de jogos vídeo; por outro lado, tinha tardes livres). Já adorava o filme do Tim Burton - vira-o uns meses antes no cinema - e delirei com a hipótese de poder encarnar o personagem nas sequências principais do filme.

Assim, após os mandatórios minutos de risquinhas a chiar enquanto o jogo carregava (o mítico procedimento de carregamento no Spectrum), entrávamos em grande em 5 níveis de acção. Bem, na realidade, 4 de acção e 1 de puzzle, mas que não era menos stressante, mas já lá vamos.
Este ecrã era o prenúncio de grandes aventuras...

Então, em que consistia o jogo?

Nível 1 - A primeira sequência de acção era um nível tipo plataformas, cujo cenário era a fábrica de produtos químicos Axis, que o Jack Napier (o futuro Joker) estava a assaltar. Assim, tínhamos de a atravessar evitando (ou, preferencialmente, incapacitando com um batarang) os capangas que nos alvejavam ou atiravam granadas, e desviando-nos de gotas de produtos corrosivos e gás tóxico que saíam da canalização deteriorada. No fim do nível, uma cacetada no Napier, que mergulhava em cheio numa tina de produtos tóxicos, et voilà! Eis que nasce o Joker.


Ok, vamos lá ver se encontramos o Jack de uma vez...

Nível 2 - Perseguição com o Batmobile. Pessoalmente, o nível a que eu achava menos piada. Tínhamos de fazer uma corrida contra o tempo através das ruas de Gotham, evitando colidir com outros carros e fazendo curvas a 90º antes de dar de caras com as barreiras policiais. Não tinha grande piada e por vezes tornava-se irritante.

Era de esperar que o Batmobile conseguisse abrir caminho à força
neste engarrafamento... Espera, isso era no filme seguinte.

Nível 3 - Decifrar o código do Joker. Ou seja, encontrar os produtos de higiene/beleza que, combinados, criavam o composto smilex, que era de morrer a rir (literalmente). O único nível de puzzle. Atendendo a que tínhamos 1 minuto para decifrar o código, e que a música era enervante, a premissa simples de encontrar os 3 produtos venenosos num rol de diversos produtos de higiene e beleza às vezes complicava-se, e zás - lá perdíamos uma vida. O mecanismo também era simples... seleccionar 3 produtos de cada vez, e aparecia o número de produtos que faziam parte da combinação, à moda do MasterMind. Dedução a contra-relógio.

Nunca mais tornamos a confiar nos produtos de higiene... O melhor é mesmo ficar a cheirar mal!
Alguém está mesmo convencido de que o sabonete está envenenado...

Nivel 4 - Ataque ao desfile de Gotham com a Batwing. Ou seja, cortar balões de gás venenoso e desviar-nos de helicópteros, ao som de música de circo. Um nível de scroll lateral como o do Batmobile, mas bem mais engraçado. Só tinha pena que não tivesse hipótese de usar armas...

"Os meus balões! Ele roubou os meus balões"

Nível 5 - Escalar a torre da Catedral de Gotham. Recriação da parte final do filme. Num nível de acção em plataformas, semelhante ao primeiro nível, tínhamos de chegar ao cimo da torre para, usando de um batarang bem aplicado, impedir o Joker de fugir, fazendo-o cair alegremente. Jogava-se como o nível da fábrica, mas aqui o cenário era mais difícil... Além dos capangas, tínhamos ratazanas (uau!) e, bem mais frustrante, partes do cenário que se desintegravam (madeira podre!), o que não só nos impedia de voltar atrás se nos enganássemos, como podia provocar a nossa morte súbita por cairmos de muito alto.

A torre era bem alta... Mesmo que não apanhássemos o Joker, depois
de tanta escalada, já não tínhamos de ir ao ginásio por uns dias.

O jogo era viciante, e para primeiro jogo, teve o mérito duvidoso de me "estragar" muitos dos jogos seguintes devido à sua qualidade, que colocava a fasquia elevada. Graficamente, e também do ponto de vista de música/som, era um jogo que já explorava bem os recursos do Spectrum - era concebido com o 128K em mente, embora corresse num 48K, com as respectivas penalizações em termos de performance musical, e obrigando a carregar nível a nível em vez de colocar tudo na memória de uma vez.
A variedade dos níveis era outro ponto alto, algo que a Ocean (a equipa que desenvolveu o jogo) gostava de fazer nas suas adaptações (tal como acontecia, por exemplo, na conversão do Robocop a jogo de Spectrum).
Tinha alguns detalhes engraçados, como o health meter, que consistia na cara do Batman e se ia transformando na cara do Joker à medida que íamos sofrendo danos, ou a maneira como o Batman se ajoelhava quando queríamos descer de uma plataforma...

Foi um jogo que me deixou uma impressão duradoura, e talvez um dos culpados por me criar "o bichinho" dos video-jogos. Ainda hoje tenho vontade de ouvir a musiquinha do ecrã de opções e de carregar simultaneamente na combinação de teclas que permitia saltar para o nível seguinte: C+I+K+M

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