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sábado, 31 de dezembro de 2016

Sozinho em Casa

Há  filmes que associamos sempre a determinadas épocas, especialmente ao Natal. 

Este é um deles.

Para a meia dúzia de pessoas que ainda não apanhou com ele N vezes na TV, trata da história de um puto de 8 anos, cuja família, com a pressa de ir passar o Natal a Paris, deixa para trás inadvertidamente. 
Resultado: fica uns dias sozinho em casa (daí o título). 
Sim, foi negligência grosseira, e o facto de terem contado por engano o puto dos vizinhos que estava a cuscar a carrinha quando iam a sair é desculpa de mau pagador. 
A mãe do rapaz, horrorizada com o que aconteceu, chega a Paris e tenta mover mundos e fundos para voltar para casa o mais rápido possível (o que é uma tarefa hercúlea na véspera de Natal), implorando, berrando e subornando pessoas, apanhando aviões que davam a volta ao bilhar grande e uma boleia de uma trupe de artistas de polka, apenas para conseguir chegar uns minutos antes do resto da família,  que se limitou a esperar pelo primeiro vôo disponível. Era de prever.
Entretanto, em casa, o puto, chamado Kevin (para quem não sabe), diverte-se um bocado, encomenda pizza só de queijo e defende a casa (e a vizinhança) de dois assaltantes em série, os "Bandidos Molhados", através de métodos que o candidatariam ao lugar de director da prisão de Guantanamo. Ainda arranja tempo para descobrir que um velhote meio eremita do bairro não é um serial killer mas sim um homem solitário que, por uma discussão estúpida (não são todas?), se isolou da família. Sendo o filme que é, Kevin promove com sucesso a reconciliação do sujeito com a família alienada.


O filme é de 1990, numa época de viragem em que os anos 80 não queriam ir embora - basta ver os chumaços da mãe, o look geral do filme, a presença gloriosa das Micro Machines e a total ausência de telemóveis, que se existissem de forma omnipresente como agora, teriam invalidado filme, já que a falha dos despertadores seria redundante. Ah, e as saudosas cassetes VHS, o meio privilegiado de entretenimento vídeo desses saudosos anos.

No entanto, não envelheceu mal, ao contrário do Macaulay Culkin, que aqui ainda estava engraçadito e longe de parecer o irmão mais novo do Steve Buscemi (sei que esta não é original, mas vou usar à mesma, desculpem lá).
O humor é um bocado ingénuo mas vinte e tal anos depois ainda resulta bem, graças não só a Culkin como também aos "Bandidos Molhados", Harry & Merv, desempenhados em glorioso humor físico por Joe Pesci e Daniel Stern.

E, como bom filme natalício que é, enche-nos as medidas, paralelamente à trama do "rapaz de 8 anos a defender o forte", com temas apropriados à época, especialmente a reconciliação após a zanga. Já mencionei a história do velho Marley, mas ainda não mencionei que o próprio Kevin estava pegado com a família deles e antes do "desaparecimento" desejara que todos deixassem de existir, desde os pais até ao irmão Buzz que lhe fazia bullying, passando pelos horrorosos tios e primos e mesmo pelo pai, cujo actor faz lembrar um bocado o Capitão Kirk do Star Trek original.

Acaba por se tornar, assim, um clássico de Natal.

Como tudo, gerou um monte de produtos derivados, como jogos vídeo (alguns bastante bons, gostava particularmente do jogo de PC) e algumas (urghh!) sequelas, a primeira ainda com o Macaulay Culkin e umas outras de que nem é bom falar.

Se forem como eu e decidirem ver o filme pela enésima vez, divirtam-se. Vinte e seis anos depois, o filme ainda me faz rir um pouco.




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