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Neste blogue iremos encontrar (ou reencontrar) pedaços da imaginação e criatividade humana nas mais diversas formas e feitios - Livros, Banda desenhada, Cinema, TV, Jogos, ou qualquer outro formato.

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AVISO IMPORTANTE: pode conter spoilers e, em ocasiões especiais, nozes.


sexta-feira, 30 de setembro de 2016

The Mad Scientist Hall of Fame

Ah... Mad Science. Em português, fica mal: "Ciência Louca". Por outro lado, os seus praticantes, os Cientistas Loucos, são um arquétipo muito usado em filmes da série B (e por aí abaixo) e produções análogas.

Quem não conhece um cientista louco? Se não na vida real, pelo menos no cinema? A figura deve as suas raízes, em parte, a um cientista que não enquadra completamente na definição - a versão cinematográfica do Dr. Frankenstein no filme da Universal no início dos anos 30, com o seu intemporal "It's alive", quando anima a criatura usando um aparato científico (ou pseudocientífico, vá), que também é imagem de marca do Cientista Louco estereotipado; já a versão literária era mais sóbria, embora lançasse a semente do conceito.

Claro, as raízes e definições do que é um "Cientista Louco" são mais complexas, dariam mesmo para um post muito mais comprido do que aquele que eu, preguiçoso como ando, estou disposto a escrever hoje.

De resto, também não é esse o objectivo. A ideia não é analisar o conceito de Cientista Louco (deve haver toneladas de material sobre isso na net, sugiro o artigo da Wikipédia como ponto de partida). É homenageá-lo.

E como sou, reitero, preguiçoso, vou falar de uma homenagem já feita.

O livro de Daniel H. Wilson (sim, o roboticista que escreveu o Robopocalypse e outros textos bastante interessantes dos quais talvez eu ainda venha a falar) e Anna C. Long, The Mad Scientist Hall of Fame.

É um livrinho de divulgação, que já li há uns anos (e provavelmente devia reler) focado na figura do Cientista Louco, quer em versões clássicas quer em versões menos evidentes. Analisa vários Cientistas Loucos fictícios e faz paralelo com contrapartes do mundo real, e é aí que se torna mais interessante. Além das suas histórias e façanhas (famosas e infames, não há discriminação), os personagens ainda são analisados do ponto de vista psicológico.

Assim, a par do obrigatório Victor Frankenstein (um grande depressivo com tendência à psicose), temos o Capitão Nemo (vítima de stress pós-traumático), Dr. Moreau (narcisista e com delírios de grandeza), Lex Luthor (Narcisista e com episódios de mania) e Henry Jekyll (caso extremo de personalidade dissociativa e abusador de substâncias), devidamente explicados ao público.

Também constam personagens mais benignas, como o Professor Tournesol do Tintin (aqui chamado pelo nome em inglês, "Professor Calculus", e que aprendemos que tinha défice de atenção) ou o Professor Farnsworth (do Futurama), cujo nome deriva de um "Mad Scientist" da vida real, Philo Farnsworth (que também tem um capítulo próprio).

Podia mencionar todos os Cientistas Loucos da vida real, mas deixo para quem quiser ler o livro (senão isto fica a parecer uma versão apontamentos Europa-América).

Gostei de conhecer o anti-social Trofim Lysenko, uma figura do tempo da Guerra Fria, e cujo maior papel, devido à sua incompetência em geral em produzir ciência a sério, foi boicotar a produção da mesma por cientistas a sério (este tipo não seria tão louco e sim um perigo de outra maneira - se se tivesse esforçado tanto a desenvolver ciência como se esforçou para eliminar outros cientistas, talvez a Guerra Fria tivesse corrido pior para o ocidente).

Também gostei de ficar a conhecer um pouco mais Sidney Gottlieb, que inspiraria tanto vilão cinematográfico com o seu projecto de controlo mental, MK-Ultra, e que era, a meu ver, um vilão de pleno direito.

Achei interessante a introdução do Nikola Tesla, que fiquei a saber que tinha delírios sobre contactos de extra-terrestres, bem como a de Marie Curie, que aparentemente era uma grande depressiva (mas não tanto louca - bem, talvez o fosse pelos padrões de hoje, por se expôr a radiação nas doses em que o fazia, mas é muito fácil criticar que sabia pouco e deu os primeiros passos para estudar alguma coisas quando se tem décadas ou séculos de informação acumulada, não é?).

E claro, também foi interessante conhecer o já mencionado Philo Farnsworth, um provável maníaco que impulsionou a implementação da televisão, sendo possívelmente, do rol de nomes do livro, o que maior impacto teve a nível mundial.

Uma leitura definitivamente a fazer, seja por amor à Mad Science seja só para aprender algumas coisas.

A capa, cujos efeitos de cor não é possível reproduzir aqui,
apresenta um típo Mad Scientist: bata, luvas negras, goggles
e gargalhada insana.



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