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Neste blogue iremos encontrar (ou reencontrar) pedaços da imaginação e criatividade humana nas mais diversas formas e feitios - Livros, Banda desenhada, Cinema, TV, Jogos, ou qualquer outro formato.

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AVISO IMPORTANTE: pode conter spoilers e, em ocasiões especiais, nozes.


domingo, 31 de julho de 2016

Batman: Digital Justice





Hoje em dia, o uso de tecnologia digital na produção de banda desenhada é mais regra do que excepção, havendo muitos artistas que produzem BD sem sequer recorrer a papel.

Claro que nem sempre foi assim, e não há tanto tempo quanto isso, BD digital era uma novidade.

OK, digo "não há tanto tempo" só com o intuito descarado de não me sentir velho, porque o objecto deste post é um álbum de BD criado em 1990, e recordo-me, na minha adolescência, que essa graphic novel foi notícia.

Trata-se de "Batman: Digital Justice", criado pelo autor espanhol Pepe Moreno, na altura um vanguardista que defendia (e com razão) que esse seria o futuro da BD.

De que trata então esta novela gráfica?

É, claro, uma história de super-heróis, mas em contexto de FC cyberpunk. Numa Gotham City futurista governada quase totalmente por sistemas informáticos, um vírus criado décadas antes pelo arqui-inimigo do Batman, o Joker, corrompe esses sistemas e vai tomando o poder na cidade.

Cabe a Jim Gordon, da polícia, neto do antigo comissário com o mesmo nome, fazer-lhe frente, adoptando o manto do morcego, apoiado por uma inteligência artificial criada pelo Batman original, que já previa o desenrolar da situação. Pelo caminho encontra a cantora Gata, que não é bem quem parece e que assume o papel da Catwoman do Futuro.

Amostra da arte 2D...
Trata-se de um álbum com uma história interessante; pelos padrões de agora, nada de novo, mas a grande novidade era mesmo a parte gráfica.



Temos que tem em conta que se trata de uma produção gráfica de há 26 anos. Dito isto, não envelheceu mal. Outras não tiveram a mesma sorte (por exemplo, Crash! com o Homem de Ferro, tem um aspecto completamente tosco). Faz lembrar um bocado o que vemos quando nos dedicamos a retrogaming: desenhos 2D um pouco pixelizados (e que fariam o orgulho das cutscenes dos jogos da altura), embora com recurso generoso a "copy + paste" (mas há que dar desconto ao autor) e cenários e imagens 3D muito rudimentares (mas que seriam topo de gama na época); estas últimas são usadas abundantemente nas sequências do ciberespaço.
...e da arte 3D

A temática distópica fica bem acompanhada desse grafismo, sendo que somos presenteados com paisagens do ciberespaço invocando circuitos electrónicos que se confundem com o aspecto ciberizado (esta palavra existe?) da própria megalópolis que serve de cenário.

Sobre a produção da BD, a graphic novel traz uma nota engraçada - além de ter levado mais de um ano a produzir (o que talvez para os padrões americanos seja muito tempo, mas a BD classicamente na europa é produzida de modo mais intervalado), especifica o equipamento usado: um sistema MacIntosh II com placa de cores de 32 bits, sistema de palete de 16 milhões de cores, 8 MB (sim, megas) de RAM e disco removível de 45 MB (novamente, megas). Parece risível, mas na altura era mesmo impressionante, tal como o uso de um monitor de 19 polegadas...

O autor

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