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Neste blogue iremos encontrar (ou reencontrar) pedaços da imaginação e criatividade humana nas mais diversas formas e feitios - Livros, Banda desenhada, Cinema, TV, Jogos, ou qualquer outro formato.

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AVISO IMPORTANTE: pode conter spoilers e, em ocasiões especiais, nozes.


terça-feira, 23 de junho de 2015

Inspector Zé e o Robot Palhaço - Crime no Hotel Lisboa


Aqui há uns tempos andei a jogar este jogo, que apesar de ter alguma projecção internacional com o título inglês Detective Case and Clown Bot - Murder in the Hotel Lisbon, é um jogo bem português.

Podia alongar-me em críticas e análises.

Podia chamar a atenção para o humor e para a caricatura à cultura portuguesa e seus estereótipos, que permeia todo o jogo.

O Polícia Garcia, estereótipo a tempo inteiro...

Podia falar no trabalho de adaptação de um produto português à língua inglesa, que apesar de não ser isento de falhas (e não deixa de ser uma tarefa complicada), conseguiu fazê-lo de modo a satisfazer players anglófonos.

Podia elogiar o estilo retro, e a descomplicação do jogo tornando-o uma aventura gráfica da velha escola, numa era em que a tendência é fazer jogos muito elaborados (mas em que felizmente surgem algumas pequenas pérolas de simplicidade).

Podia listar os easter eggs e outras piadas, que parodiam a cultura internacional para além da nacional. Para além das recorrentes quebras da fourth wall em que o Robot Palhaço mostra ser o único personagem consciente de que está dentro de um jogo (não obstante os constantes aplausos do público).

3 em 1 - o público, a equipa forense que se põe a dançar e as piadas horrendas do Palhaço.
Ah, e o suicídio com 14 facadas nas costas. É melhor dizer "4 em 1"

Podia descrever a história (um conto policial), os personagens, e todo o mais. Descrever as interacções entre o Inspector Zé, ou melhor, José Justino (Justin Case em inglês) e o Robot Palhaço, reminiscentes da dupla clássica Sam and Max. E por aí fora.

Mas não o vou fazer.

Podem ler tudo isso em críticas e análises de terceiros.

O que vou é listar as coisas que fazem deste jogo um jogo único.

1. O protagonista tem a cara coradinha da pinga, tipo "Estebes".

2. É o único jogo em que tem um táxi que literalmente nos vem buscar a qualquer lado, incluindo quartos de hotel.

Yep, não é o facto de estarmos num corredor de hotel que impede o táxi
de nos vir buscar. Isto sim, é profissionalismo.
Além do mais, as viagens de táxi proporcionam importantes
momentos de reflexão.

3. O jogo tem uma canção de fado escrita de propósito e cantada pelo grupo de fado (que aparecem como personagens no jogo). Não sou fã desse género musical, verdade. Mas aprecio o toque de qualquer modo.

4. Não conheço mais nenhum jogo em que um interrogatório com sucesso termine com o ecrã estilhaçado sobre o interrogado e a mensagem "Já Foste!"

Sinal inequívoco que o interrogatório correu bem!

5. O jogo é apresentado na gloriosa definição de 256 por 192 pixeis. É a mesma do clássico ZX Spectrum (aliás, há um easter egg que nos presenteia com o ecrã de menu do Spectrum 128K). Os mais novos não sabem o que é isso? Google it!

6. O jogo tem um bug que é literamente um insecto escondido para encontrar.

7. Terminado o caso, ainda temos sidequests. Desculpem, Saidequestes. Para completar os achivementos.

8. Atrevo-me a dizer que o único jogo com uma equipa forense dançarina a efectuar exames do corpo no local num caso de suicídio com 14 facadas nas costas.

9. É também o único jogo que conheço que tem no menu a opção de voltar com o carinhoso "Bora continuar?"

10. E... podemos fazer rotinas de stand up num minijogo com o Robot, "Palhaço em Pé". Sim, o Robot sobe ao palco para contar anedotas. Muito, muito, muito más - algumas tão más que quase são boas. Mas na maioria nem sei se se podem chamar anedotas.

Foi um jogo que iniciei mais por curiosidade que por outra coisa - o facto de ser português ajudou - e que depois tive dificuldade em largar. Agora, resta esperar por mais... consta que vem aí o 1º Conteúdo Complementar Transferível para o jogo (sim, porque não há cá Dê-ele-cês): "O Assassino do Intercidades".

Ah, e há uma espécie de demo com um episódio extra gratuito, "Praxe do Gangue dos Capas Negras"" disponível para download no site do jogo, mas por alguma razão não consegui, até esta data, lá chegar...

NÃÃOOO!!! Ele vai começar a contar piadas!

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