"The Conqueror Worm" é um poema de Edgar Allan Poe, cujo texto (actualmente do domínio público) reproduzo de seguida:
Lo! 'tis a gala night
Within the lonesome latter years!
An angel throng, bewinged, bedight
In veils, and drowned in tears,
Sit in a theatre, to see
A play of hopes and fears,
While the orchestra breathes fitfully
The music of the spheres.
Mimes, in the form of God on high,
Mutter and mumble low,
And hither and thither fly;
Mere puppets they, who come and go
At bidding of vast formless things
That shift the scenery to and fro,
Flapping from out their Condor wings
Invisible Wo!
That motley drama!—oh, be sure
It shall not be forgot!
With its Phantom chased forever more,
By a crowd that seize it not,
Through a circle that ever returneth in
To the self-same spot,
And much of Madness and more of Sin
And Horror the soul of the plot.
But see, amid the mimic rout,
A crawling shape intrude!
A blood-red thing that writhes from out
The scenic solitude!
It writhes!—it writhes!—with mortal pangs
The mimes become its food,
And the seraphs sob at vermin fangs
In human gore imbued.
Out—out are the lights—out all!
And over each quivering form,
The curtain, a funeral pall,
Comes down with the rush of a storm,
And the angels, all pallid and wan,
Uprising, unveiling, affirm
That the play is the tragedy, "Man,"
And its hero the Conqueror Worm.
Como podem ter lido, e resumindo numa frase, trata de uma peça de teatro com fantoches cujos intervenientes acabam por ser devorados pelo Verme Conquistador, e é, segundo várias interpretações, uma alegoria ao triunfo da morte sobre tudo o que o Homem produz.
Richard Corben adaptou o poema a um pequeno conto em banda desenhada, publicada pela Dark Horse, BD essa muito apropriadamente intitulada Edgar Allan Poe's The Conqueror Worm.
Corben expande um pouco a história e introduz personagens concretos - um Coronel do século XIX, chamado pura e simplemente Mann, descobre que a esposa o andava a trair com o primo dele e mata ambos no deserto, visualisando-se ainda o seu criado morto (implicitamente morto também pelo coronel); este último cadáver está infestado de vermes estranhos, um dos quais morde o Coronel. No local está uma sujeita estranha, tocadora de flauta, e que tem traços de índia, cigana e negra (chamemos-lhe "afro-americana", mas numa época em que provavelmente ainda havia escravatura, ou em que fora recentemente abolida), bem como um fantoche que conversa com o Coronel.
O Coronel retorna a casa e conta à família e amigos a história da traição, omitindo os homicídios. Numa tentativa de se armar em forte, convida os familiares para assistirem a um espectáculo de fantoches providenciado pela flautista.
A peça recria os homicídios perpetrados pelo Coronel, que começa a ficar revoltado, e é interrompida pelos vermes estranhos, que devoram os actuadores enquanto os espectadores fogem, apenas para serem apanhados também, Mann incluído.
A BD é uma peça um bocado estranha, que consegue manter-se vaga em termos de localização no tempo e espaço, e não tão dada a análises como o material de origem, mas é um bom complemento ao poema de Poe. E tem a arte de Corben, que assenta sempre como uma luva neste género de história.
(NOTA: o texto do poema original foi extraído do site Project Gutemberg, e encontra-se inserido num conjunto de textos com a obra de Allan Poe em vários volumes)
Arquivo de produtos da imaginação humana. Dos melhores até aos piores, sem discriminação!
Benvindos!
Bem-vindos!
Neste blogue iremos encontrar (ou reencontrar) pedaços da imaginação e criatividade humana nas mais diversas formas e feitios - Livros, Banda desenhada, Cinema, TV, Jogos, ou qualquer outro formato.
Viajaremos no tempo, caçaremos vampiros e lobisomens, enfrentaremos marcianos, viajaremos até à lua, conheceremos super-heróis e muito mais.
AVISO IMPORTANTE: pode conter spoilers e, em ocasiões especiais, nozes.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário