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Neste blogue iremos encontrar (ou reencontrar) pedaços da imaginação e criatividade humana nas mais diversas formas e feitios - Livros, Banda desenhada, Cinema, TV, Jogos, ou qualquer outro formato.

Viajaremos no tempo, caçaremos vampiros e lobisomens, enfrentaremos marcianos, viajaremos até à lua, conheceremos super-heróis e muito mais.

AVISO IMPORTANTE: pode conter spoilers e, em ocasiões especiais, nozes.


quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

11/22/63

O que faríamos se pudéssemos voltar atrás no tempo e mudar o passado? É o que o protagonista desta história, Jake Epping, vai descobrir.

Jake é um professor do secundário na cidade de Lisbon Falls, divorciado, que leva uma existência pacata e que adora comer no diner do seu amigo Al Templeton. Um dia, recebe uma chamada misteriosa de Al para que se dirija ao seu estabelecimento, apenas para descobrir que Al envelheceu da noite para o dia e agora encontra-se doente, a morrer de cancro.

A razão? Al passou os últimos anos da sua vida no passado - literalmente - a tentar impedir o assassinato de John Fitzgerald Kennedy por Lee Harvey Oswald. Até ficar demasiado doente para continuar, e regressar ao presente. Onde apenas se passaram 2 minutos.
O que sucede é que na despensa do restaurante existe um portal que permite viajar para trás no tempo. Como funciona? Quando alguém o atravessa, materializa-se na Lisbon Falls de 1958, sempre no mesmo dia (09/09/58), na mesma hora. Quando regressa, minutos, horas, dias ou anos depois, apenas se passaram 2 minutos no presente. Pode levar e trazer objectos consigo e alterar o passado. As alterações no passado repercutem-se no presente.
Os problemas? Sempre que a viagem é feita, o passado faz reset e as alterações feitas na viagem anterior são anuladas. Qualquer objecto levado para o passado na viagem anterior, e lá deixado, cessa, assim, de existir. No entanto, aquilo que se traz do passado pode manter-se no presente. Ah, e o passado não quer ser mudado... resiste à mudança com força igual à importância do que se quer mudar, algo que Jake descobre muito rapidamente quando tenta impedir a morte dos familiares de um amigo seu no Halloween de 1958.

Jake, após as primeiras viagens de "ensaio", embarca, a pedido de Al, numa missão para impedir o referido homicídio, na data fatídica que dá o título ao livro - 22 de Novembro de 1963 (11/22/63 no original). Ao longo de 5 anos, vivendo sob a identidade falsa de George Amberson, habitua-se à vida no passado, descobre o amor da sua vida, constrói uma vida nova e vê todas as pequenas coincidências - as harmonizações - que sucedem à medida que o passado "teimoso" se tenta reajustar às mudanças introduzidas.

E quando regressa ao presente, após a data alvo, descobre porque é que o passado e a história resistem tanto à mudança, e quais as consequências da sua interferência...

Stephen King apresenta-nos mais uma história escrita no seu estilo habitual, coloquial e fluído, que cativa sem cansar, e sem garantias de finais felizes para os protagonistas; as descrições da época e a interacção com personagens reais da história dos EUA (Lee Oswald e a sua família, o próprio JFK)  dão a este livro algum sabor de romance histórico; as alterações da história através da interferência dos viajantes no tempo, um toque de história alternativa.
Mas talvez o aspecto mais interessante seja o do principal antagonista na história - o próprio passado, a história que se recusa a ser mudada e que "atira" de tudo contra o protagonista para o impedir na sua missão, de tal modo que parece um personagem palpável. Isso é particularmente evidente na sequência de acidentes e outros problemas, encadeados uns nos outros, quando Jake tenta alcançar o depósito de livros onde Oswald se prepara para disparar contra JFK, criando o momento de maior tensão na história.

Uma leitura, que, sem ser pesada, nos faz pensar um pouco no facto de que não há acção sem consequência...



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